TA E POLISSEMIA VOCABULAR

Olá pessoal,

Hoje vou escrever um pouquinho sobre um assunto que tanta gente gosta de discutir: as ferramentas de tradução automática e o futuro da profissão do tradutor.

As pessoas com certa frequência me perguntam o que o futuro reserva para a minha profissão e o que eu pretendo fazer quando “nos tornarmos profissionais obsoletos por conta da tradução automática”. Em primeiro lugar acho que o avanço da tecnologia é sempre uma coisa positiva, entretanto, acho ainda bem prematura a extinção do profissional da tradução. Vou dar aqui um exemplo pra lá de básico, mas com certeza, se o assunto te interessar você conseguirá encontrar conteúdo bem mais rico nessa nossa internet!

Você sabe o que é a Polissemia Vocabular? Apesar do nome pomposo, nada mais é do que quando uma palavra assume diferentes sentidos dependendo do contexto em que ela está inserida. Vamos para exemplos?

1-) O gato do vizinho me arranhou.

2-) Esse cara é um gato!

3-) Precisei fazer um gato para ligar a energia.

Simples né? A palavra GATO em cada contexto significa uma coisa. Na frase 1 se refere ao animal, frase 2 a um adjetivo semelhante a bonito e na frase 3 é uma ligação elétrica clandestina.

Se colocarmos as 3 frases para traduzir no Google tradutor esse é o resultado que vamos obter:

1-) The neighbor’s cat scratched me.

2-) This guy is a cat!

3-) I had to make a cat to turn on the power.

Oh oh… parece haver algo de podre no reino da Dinamarca, não?

Considerando o número de vezes que esse tipo de construção aparece no discurso escrito e mais ainda no discurso falado, acho bem perigoso deixarmos de lado um profissional que estudou anos para conseguir construir esses paralelos linguísticos e confiar piamente em traduções feitas por máquinas.

Um texto deve ser lido, compreendido, mastigado, cuspido e mais uma série de coisas para que o tradutor consiga se aproximar o máximo possível do que o autor quis dizer.

No Wikipedia achei uma frase legal: Tradução não é nada simples. Não é uma mera substituição de cada palavra, mas ter a habilidade de conhecer “todas palavras” em uma frase ou oração e como uma pode influenciar a outra. As línguas humanas consistem em morfologia (o modo com que as palavras são montadas a partir de pequenas unidades de sentido),sintaxe (estrutura de frase), e semântica (sentido). Mesmo textos simples podem estar repletos de ambiguidades.

É isso aí, sou a favor do uso de ferramentas de TA, acho que elas podem quebrar um grande galho, mas acho que temos que ter cuidado e parcimônia para que a gente não se esborrache no chão.

(That’s right, I’m in favor of the use of TA tools, I think they can break a big branch, but I think we have to be careful and parsimonious so that we do not get squeezed on the ground)

Para bom entendedor, poucas palavras bastam…

Até a próxima!

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